A maioria das pessoas tem problema para dormir em algum momento de suas vidas. Estresse, cafeína em demasia e inclusive alguns tipos de alimentos podem impedi-lo de dormir bem. Às vezes, contudo, a causa é mais grave e, se o problema continua, a pessoa deveria procurar um profissional da área da saude, que é quem poderá determinar se o paciente sofre de algum distúrbio do sono. Há muitos tipos de distúrbios do sono. O mais comum é a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (AOS).
Normalmente, quando se dorme, os músculos que controlam a língua e o palato mole mantêm as vias aéreas abertas. Se esses músculos relaxam, as vias aéreas se estreitam, causando os roncos e dificuldades na respiração. Se esses músculos relaxam demais, as vias aéreas ficam completamente obstruídas, impedindo a respiração. É a isso que se denomina Apnéia Obstrutiva do Sono.
Depois de um período de tempo, entre dez segundos e dois minutos, o cérebro percebe que falta oxigênio e avisa ao corpo para que acorde. Apesar da pessoa que sofre deste distúrbio muitas vezes não perceba, este ciclo pode acontecer várias centenas de vezes durante a noite, interrompendo seriamente o sono.
A Síndrome da Apenia Obstrutiva do Sono (SAOS) ou Apnéia do Sono, é uma doença crônica, evolutiva caracterizado pela obstrução parcial ou total das vias aéreas. Apesar de muitas pessoas não terem ouvido falar de AOS, ela é uma condição comum que afeta 10% da população. Pode afetar pessoas de qualquer idade, desde recém-nascidos até adultos de ambos os sexos. Quando ocorrem apnéias com frequência maior que 5x/hora no sono dizemos que o indivíduo é portador deapnéia do sono. Já a hipopneia é a redução de 30% a 50% do fluxo de ar.
A apneia pode ocorrer por vários fatores sendo alguns deles:
- Os músculos da garganta e língua relaxam mais do que o normal;
- As amídalas e adenóides são grandes demais;
- A pessoa está acima do peso (o excesso de tecido mole na garganta dificulta mantê-la aberta);
- O formato da cabeça e pescoço resulta em menor espaço para passagem de ar na boca e garganta;
- Pouco desenvolvimento no sentido ântero-posterior da mandíbula e/ou maxila reduzindo o espaço aéreo do paciente.
Entre os principais sintomas da apneia estão ronco e sonolência diurna, embora muitos pacientes não os percebam. A sonolência diurna é explicada pelas interrupções do sono causadas pela falta de oxigênio.
Outros sintomas da apneia são:
- Acordar com sensação de sufocamento, ofegante ou com dor no peito ou desconforto;
- Despertar confuso ou com dor de cabeça;
- Sentir boca seca ou dor de garganta pela manhã;
- Alterações na personalidade;
- Dificuldade de concentração;
- Impotência sexual;
- Irritabilidade.
IRRITABILIDADE
Devido à falta de sono e ao estresse de tentar continuar vivendo uma vida normal, as pessoas com SAOS ficam, freqüentemente, muito irritáveis. Entre as outras conseqüências mais graves associadas à SAOS estão depressão, hipertensão, doenças graves do coração, problemas sexuais, perda de memória, deterioração intelectual e dores de cabeça pela manhã.
A apneia do sono aumenta a probabilidade do paciente desenvolver doenças potencialmente letais. Está associada ao aumento do risco de hipertensão, insuficiência e arritmia cardíacas, derrame e diabetes.
Ela acomete aproximadamente 30% da população adulta mundial. A maior parte dos pacientes, entre 85% e 90%, convive com a doença sem receber o diagnóstico e continua sem tratamento.
Nem todo mundo que ronca tem apneia do sono, sendo que ele é apenas um dos sintomas da doença. O diagnóstico médico é feito por meio de um exame chamado de polissonografia, que é o monitoramento do sono por equipamentos eletrônicos. O exame clínico é indicado para que seja avaliada a condição do trato respiratório do paciente.
Mudanças nos hábitos de vida podem contribuir muito com a melhora da apneia do sono. Perder peso, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, dormir de lado, evitar consumo de comidas pesadas antes de dormir, evitar o fumo 4 horas antes de se deitar e elevar a cabeceira da cama entre 15cm e 20cm são algumas medidas simples que podem evitar problemas futuros.
A apneia é um problema médico grave, com probabilidade de alterar a vida da pessoa e que pode contribuir para certos transtornos que podem colocar a vida em perigo, mas, que por sua vez, pode ser identificada facilmente e tratada efetivamente. Com o tratamento, a respiração adquire um ritmo regular, os roncos cessam, um sono tranquilo é estabelecido e a qualidade de vida melhora.
O tratamento clínico mais comum é o uso de uma aparelho chamado CPAP que promove uma pressão de ár Positiva e contínua. O CPAP não é um medicamento nem uma cirurgia, mas permite um tratamento com eficácia imediata porém não definitiva uma vez que o paciente deverá fazer uso do aparelho pelo resto de sua vida.
O tratamento definitivo ocorre através da cirurgia que poderá ser realizada desde a Uvulopalatoplastia por Laser (LAUP), Radiofrequência, Injeção Roncoplástica ou a correção de alguma deformidade dentofacial do paciente, hipoplasia maxilomandibular, através da Cirurgia Ortognática.
Se você tem algum dos sintomas de SAOS, solicite a seu médico ou cirurgião bucomaxilofacial que lhe encaminhe a uma clínica ou hospital para a avaliação dos distúrbios do sonho através da realização do exame de polissonografia que fará um mapeamento do sono do paciente avaliando seu nível de consciência, respiração e episódios de apneia assim como os níveis de oxigênio no sangue durante a noite.
Como é realizada a polissonografia?
A polissonografia é realizada à noite em um laboratório de sono sob a supervisão de técnico ou enfermeiro capacitado. O paciente deve dormir com sensores fixados no corpo que permitem o registro da passagem do ar pelo nariz/boca, oxigenação sanguínea, frequência cardíaca, movimentos do tórax, posição do corpo na cama, além de outros dados. Os sensores são fixados de maneira a permitir ao paciente movimentar-se durante o exame, não atrapalhando assim o sono. Em casos selecionados, o exame pode ser realizado no próprio domicílio do paciente através de aparelhos portáteis. O laudo do exame deverá ser realizado por médico especialista em medicina do sono.
A apnéia do sono pode causar AVC ou “derrames” cerebrais?
Em um estudo, realizado nos EUA, foi constatado também que a apnéia do sono aumenta em até três vezes os riscos de AVC. Um outro estudo revelou que a apnéia do sono estava presente em 80% dos casos de pacientes que tinham AVC dormindo, ou seja, que acordavam com os sintomas, enquanto que nos pacientes que tiveram AVC durante o dia e acordados, a prevalência de apnéia do sono encontrada foi de 20%.
A apnéia do sono é um distúrbio do sono, comum entre as pessoas que roncam, onde ocorre frequêntes paradas respiratórias de curto período durante o sono. Essas apneias ocorrem devido à obstrução da passagem do ar através da garganta pelo relaxamento dos músculos enquanto dormimos. Ocorre em até 16% da população acima dos 30 anos de idade e a grande maioria dos sofrem deste distúrbio desconhece a doença não sabe do seu diagnóstico.
O maior perigo da apnéia do sono para o coração é a forma silenciosa que tudo acontece. Os pacientes não apresentam sintomas e, na maioria dos casos, nem sabem que podem sofrer deste distúrbio. Assim, cuidar bem do sono é cuidar bem do coração.
Cada um dos tratamentos acima possui indicações e contra-indicações específicas e individualizadas para cada paciente. A decisão quanto ao tratamento ideal para cada caso deverá ser realizada junto ao médico especialista. Abaixo descrevemos um breve resumo de cada tratamento:
CPAP
O tratamento mais eficaz e mais utilizado para os casos moderados ou graves consiste no uso do aparelho chamado CPAP (do inglês, Continuous Positive Airway Pressure).O CPAP consiste em um pequeno compressor de ar muito silencioso de alta tecnologia que se conecta a uma máscara ajustada ao nariz do paciente. Esse aparelho previne a obstrução da garganta durante o sono e reestabelece o sono normal ao indivíduo. Apesar de parecer algo muito desconfortável à primeira vista, o aparelho costuma ser bem tolerado pelos pacientes após a primeira semana de uso. As indicações, contra-indicações e boa adaptação deste tratamento ao paciente tem melhores resultados quando realizado com acompanhamento de um médico e equipe de saúde especializada em distúrbios do sono.
Dispositivos intra-orais
Como alternativa, em casos selecionados de ronco primário ou apnéia leve, o uso de dispositivos intra-orais de avanço mandibular durante o sono podem estar indicados.
ara manter a pressão sanguínea normal e o coração sempre saudável é necessário que se tenha boas noites de sono. Há muito tempo já se sabe que o ronco e a apnéia do sono afetam a mente e causam déficit de memória, do humor, cansaço e falta de energia. Mas o que estudos mais recentes têm demonstrado é que estes distúrbios estão, nos dias atuais, entre os mais comuns “ladrões” do tempo de vida das pessoas, principalmente por afetarem diretamente o coração bem como os vasos sanguíneos.
Como a Apnéia do Sono pode causar hipertensão arterial e aterosclerose?
As frequentes apnéias do sono levam à queda da oxigenação sanguínea e fragmentação do sono. Por consequência, ocorre maior liberação de adrenalina e outros hormônios do estresse como o cortisol, além de maior produção de radicais livres e substâncias inflamatórias. A adrenalina produzida permanece na circulação mesmo durante o dia provocando o aumento da pressão sanguínea e possíveis arritmias cardíacas. Os radicais livres e substâncias inflamatórias causam uma maior deposição de gordura nas paredes dos vasos, que é chamada de aterosclerose, e é o grande fator responsável por infartos do miocárdio e AVC (“derrames” cerebrais).
Além disso, a redução da energia e disposição durante o dia devido às noites mal dormidas contribui com o sedentarismo e a obesidade, outros grandes vilões para o coração.
“O sono é um período de relativo repouso para o sistema cardiovascular. Em uma boa noite sono, deve haver uma queda da pressão e da freqüência cardíaca de, pelo menos, 10% em relação ao período de vigília (quando se está acordado). No caso de pacientes que sofrem com a apnéia do sono não há a diminuição da pressão arterial e isso faz com que o músculo cardíaco trabalhe enquanto deveria descansar. O mais preocupante é o risco de se manter uma pressão alta por muito tempo”, explica o Dr. Sérgio do Carmo Jorge, cardiologista do Hospital Sírio Libanês.
Qual a relação entre a Apnéia do Sono e arritmias cardíacas?
A apnéia do sono aumenta também a frequencia de arritmias cardíacas. A arritmia mais comum nestes casos é a fibrilação atrial. Atualmente, é um consenso que as pessoas que apresentaram ou apresentam este tipo de arritmia devem ser investigadas quanto à possibilidade de sofrerem de apnéia do sono. O tratamento eficaz da apnéia pode ajudar no controle da arritmia e prevenir novas “recaídas” da arritmia mesmo após a sua reversão para o ritmo cardíaco normal, com ou sem uso de medicações.